terça-feira, 23 de novembro de 2010

Salvador e a Menina mais bonita da escola

Texto: Pedro Sousa   
Ilustração: Fernando Lardosa

                Naquele final de tarde, depois de um dia de muito calor, Salvador decidiu experimentar as águas cristalinas do lago que via todos os dias no caminho para a escola e que tinha uma ilha bem lá no meio. Do outro lado, sem que ele se apercebesse, estava a Menina mais bonita da escola. A Menina que todos os rapazes queriam ter como amiga e às vezes até faziam disparates para que ela os considerasse mais fortes, pensavam eles.
                Depois de encostar a sua bicicleta, colocar a roupa no guiador e a mochila no chão, Salvador resolve mergulhar para o lago. Durante alguns minutos, parecia que o mundo era todo seu. Não havia nada que o incomodasse. Até os patos e gansos, que lhe acompanhavam as braçadas, faziam com que a sua alegria aumentasse, porque se sentia num mundo mágico.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A Quinta das Cores

I Quadro

            Na aldeia havia uma Quinta muito grande e repleta de flores e objectos coloridos. Parecia mesmo uma Quinta dos contos de fadas. Um dia, uma Menina, que passava lá todos os dias, resolveu espreitar para admirar aquela paisagem que a faziam soltar pulos de alegria no caminho para a Escola.
            No momento em que resolve subir a uma árvore para ver melhor, depara-se com outros meninos lá dependurados:
Menina: Olá!
Menino 1: Olá!
Menina: Quem são vocês?

O Menino do Moinho

Texto: Pedro Sousa  
Ilustração: Ana Carolina
Havia junto a um rio um moinho muito velho, onde morava um Menino. Todos os dias, o Menino saía bem de manhãzinha para procurar alguma comida nos campos e nas fruteiras da região.
            Um dia, apareceu-lhe um agricultor muito mau que o viu a cortar um cacho de uvas e correu-o com um cajado. O Menino correu ferido por entre o centeio e só parou quando conseguiu chegar ao rio, perto do seu moinho. Não tendo forças para avançar caiu prostrado no chão.
            De repente, um jovem apareceu por entre uns arbustos à procura de uma bola e deparou-se com o Menino. Ajudou-o a levantar-se e perguntou-lhe se precisava de alguma coisa e o que tinha acontecido. O Menino contou-lhe que fora agredido quando pegava num cacho de uvas para comer. Era muito pobre, vivia sozinho num moinho abandonado junto ao rio da aldeia, porque ficara órfão e não tinha ninguém para cuidar de si. Por isso não ia à Escola e não conhecia ninguém.

O Pintas ensina a Reciclar


   TEXTO: Pedro Miguel Sousa  
ILUSTRAÇÕES: Isa Simas

Naquele dia, Pintas só entrava na sua nova Escola à tarde. Pegou na sua bicicleta e dirigiu-se à Escola dos mais pequeninos. Na mochila levava uma cartolina, alguns marcadores, latas e sacos de plástico, caixa de papel e frascos de vidro.
Ao chegar à Escola, os meninos aperceberam-se e logo a algazarra começou. Todos se levantaram para cumprimentar o Pintas. Até a Professora ficou alegre por ver novamente ‘o pestinha’ na sua sala.
- Pintas, o que andas a fazer? – Pergunta a Professora.

A vindima

TEXTO: Pedro Miguel Sousa 
   ILUSTRAÇÕES: Carlos Santos
            Naquela manhã, Miguel levantou-se muito entusiasmado. A noite, que passara quase sem dormir com ansiedade para que o novo dia rompesse, chegava ao fim e preparava-se para ir com o seu pai à vindima nas vinhas de seus avós. Depois de um pequeno-almoço recheado, os dois puseram-se em cima da motorizada e partiram cheios de alegria.

A aluna rebelde

TEXTO: Pedro Miguel Sousa       ILUSTRAÇÕES: Ana Carolina

            Era uma vez uma menina que vivia numa cidade muito grande. A sua casa ficava num daqueles bairros problemáticos, onde os grupos formavam trupes para defenderem o seu território. A actuação desses grupos na sociedade nem sempre era a melhor, pois uma simples quesília transformava-se muitas vezes numa enorme confusão por não respeitarem as regras dos bons costumes.
            Rita, a aluna, era muito inteligente, capaz de deixar espantada toda a turma com as associações que fazia da matéria com o quotidiano, reponder perspicazmente às questões formuladas na aula e até questionar o professor sobre matérias ainda não leccionadas. Tirava sempre as melhores notas da turma.
            Embora tivesse sempre as melhores referências da turma a nível de conhecimento, o mesmo não se passava em relação à atitude perante o trabalho. Rita faltava muito às aulas. Ninguém conseguia compreender o seu total desinteresse ou, talvez, a sua desmotivação que a levavam a tomar essas atitudes.

 (in Caderno Cultural do Jornal Povo de Fafe)

Baby

           Baby era uma Menina muito bonita que vivia numa casinha modesta no alto da Montanha com o seu Avô. A floresta era para Baby o local preferido para as suas cantorias, acompanhadas pelo chilrear dos pássaros, pelas águas corredias, o saltitar dos peixes e até o vento fazia dançar as folhas das árvores como se estivessem a bater palmas, nesta harmonia de afectos naturais.
Não havia na mata perigo algum que se aproximasse desta Menina. O leão, o corvo, a águia, o esquilo, a corsa, o javali, a cabra e a ovelha pareciam todos hipnotizados pela enorme doçura que esta menina irradiava. Até os lobos deixaram de uivar, as perdizes de voar e os pássaros de chilrear precipitados na imagem divina.

O Carnaval

TEXTO: Pedro Miguel Sousa
ILUSTRAÇÕES: Ana Carolina
A Escola da aldeia preparava-se para mais uma interrupção para mais umas pequenas férias de Carnaval. Nessa Escola havia meninos de diferentes classes sociais, os meninos ricos e os meninos pobres. Os meninos ricos tinham planeado passar o dia de Carnaval com os seus pais numa daquelas cidades onde é habitual festejar-se com grandes desfiles, enquanto os meninos pobres, que não tinham dinheiro para extravagâncias, iam passar o Carnaval uns com os outros, nas ruas da aldeia.
Assim, os meninos pobres não sabiam muito bem o que haviam de fazer para festejar esse dia de festa, mas logo um deles disse:
- Podíamos nós pintar a nossa própria máscara, arranjar umas roupas que tenhamos lá por casa meias rasgadas, dos nossos pais, pegar nuns cobertores, nuns chapéus e íamos brincar.
Entretanto, Simãozito, aquele traquina de todos os dias, disse:
- Bem, não temos dinheiro para comprar umas pistolas, aquelas bisnagas de água, como vamos fazer?

O dia do Teatro

TEXTO: Pedro Miguel Sousa
ILUSTRAÇÕES: Ana Carolina

A turma do 5º C andava atarefada com a peça de teatro que se iria realizar no dia do aniversário da Escola. Entre muitas opções para a escolha da peça, a escolhida pela turma foi uma adaptação do ‘Capuchinho Vermelho’.
Esta turma, como todas as outras na Escola, tinha alunos com diferentes gostos clubistas, o que desde logo que a Professora dissera que seria uma adaptação do ‘Capuchinho Vermelho’ lhe pediram que alterasse. Uns para a ‘história do Capuchinho Azul’, outros a ‘história do Capuchinho Verde’, e houve ainda um aluno, em tom de brincadeira, que sugeriu a ‘história do Capuchinho Amarelo e Preto’, as cores da equipa da terra. Foi uma risada colectiva na sala de aula.

O rio do Avial

O reflexo perturbante nas águas cristalinas. O brilho resplandecente de uma natureza viva, verde, vislumbrante. Tudo era perfeito. Apenas o correr do leito soa no ouvido atento que se deixa levar até ao mar e o perfume das pétalas que rebenta de mansinho sem destruir a melodia da água, que corre por entre minhas mãos refrescadas, naquele doce sabor de Verão.
Que maravilha! Que doce alegria brilhava nos olhos daquelas crianças que se jogavam em gritos para as águas do Avial. Seus pais, conhecidos do dia-a-dia, pareciam esquecidos dos problemas do quotidiano, enquanto repicavam as malhas ou viravam o churrasco nas brasas entre as discussões da melhor contratação para o Benfica, o Porto ou o Sporting. As mães das crianças, um olho no rio e outro no farnel, preparavam cuidadosamente os mantimentos para saciar os seus rebentos que pareciam nunca esgotar suas forças.

O Tó no Mundial

Texto: Pedro Miguel Sousa

Ilustrações: Ana Carolina


O Mundial de Futebol iniciava mais um momento de emoções fortes. As pessoas não falavam de outra coisa, nem era possível com a programação televisiva a lançar conversações, concursos e muitas actividades sobre a temática futebolística a toda a hora.
O Tó adorava futebol. Desde muito pequenito que passava os seus tempos livros a dar uns toques na bola. Era um daqueles meninos que atirava a mochila para cima da cama quando chegava a casa da Escola, almoçava e só fazia os trabalhos de casa depois da sua mãe o chamar vezes sem conta.
Quando chegou a estreia de Portugal no Mundial, o Tó combinou com os colegas juntarem-se em sua casa para assistirem ao jogo e todos juntos construírem uma cadeia de humana de apoio à selecção.